Data: 12-06-2012
Criterio:
Avaliador: Tainan Messina
Revisor: Miguel d'Avila de Moraes
Analista(s) de Dados: CNCFlora
Analista(s) SIG:
Especialista(s):
Justificativa
Apesar de amplamente distribuída a espécie apresenta menos de 10 situações de ameaça. Algumas de suas subpopulações ocorrem fora de unidade de conservação (SNUC), o que pode vir a causar uma diminuição no número de indivíduos da espécie caso o desmatamento não seja controlado.
Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.
Nome válido: Guatteria pohliana Schltdl.;
Família: Annonaceae
Guatteria pohliana caracteriza-se pelas folhas pequenas, frequentemente com cerca de 5 a 8 cm de comprimento, glabras em ambas as faces, e pelo botão floral com sépalas negras, glabras, conatas em toda a extensão e sem linha de conação (Lobão; Mello-Silva 2007). A espécie é similar a alguns exemplares de G. australis principalmente os de folhas menores por suas folhas glabras, entretanto, esta ultima não possui sépalas conatas no botão floral e possui geralmente pedicelo mais longo. G. pohliana também se assemelha a G. sellowiana pela dimensão reduzida das folhas e flores, no entanto G. sellowiana possui os ramos, pedicelos florais e folhas densamente cobertas por tricomas e sépalas livres no botão floral (Lobão, 2009).
As subpopulações de G. pohliana são sempre reduzidas, sendo frequente somente no Parque Estadual de Ibitipoca, Lima Duarte, MG. É rara no Rio de Janeiro e na Bahia, onde não se encontra protegida por unidade de conservação (SNUC) e por isso pode ser considerada em risco (Lobão, 2009). Um estudo em área demata ciliar de encosta conservada em Bocaina de Minas, MG foram amostrados 79ind. Os autores estimaram uma densidade absoluta de 59,85 ind./ha (Pereira,2006).
Ocorre nos Estados da Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro (Lobão, 2009).
Guatteria pohliana é uma árvore ou arbusto com 1,5 a 10 m de alt. DAP de 6-20 cm. Possui folhas cartáceas, elípticas. Apresenta uma flor amarela axilar. Fruto obovoide de coloração atro-vinácea. Floração de novembro a abril, junho, agosto e setembro e frutificação de setembro a fevereiro, junho e julho (Lobão, 2009). Dispersão por zoocórica,sendo atrativa para a fauna. Polinização por zoofilia. Pertence à guilda deregeneração clímax tolerante à sombra. Possui crescimento lento (Pereira,2006). Espécie perene, terrícola, monoclina, cantarofilia (Lobão, com. pess.).
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes
A Floresta Atlântica temsido alvo de exploração desde o período colonial, acompanhando os ciclosagrícolas e a demanda pelaexpansão das áreas cultivadas e, consequentemente, resta hoje menos de 8% dessetotal. Atualmente, a maioria dos seus remanescentes está representada apenas porfragmentos de formações florestais secundárias. Os poucos núcleos que aindapodem ser caracterizados como florestas primárias estão concentrados em áreasde altitude elevada e acesso difícil. Além disso, esta reduzida porção dafloresta original encontra-se ainda na forma de pequenos fragmentos, a grandemaioria com menos de 10 ha. Somam-se ainda os impactos ambientaisproporcionados pela degradação sob a forma de erosão do solo, perda dediversidade biológica, invasão de espécies exóticas e degradação de bacias hidrográficas,com a resultante diminuição da qualidade e disponibilidade de água potável (Pereira et al., 2006).
1.2.1.3 Sub-national level
Observações: "Vulnerável" (VU), segundo a Lista vermelha daflora de Minas Gerais (COPAM-MG, 1997).
- MAAS, P.; RAINER, H.; LOBÃO, A. Annonaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB110237>. Acesso em: 20/03/2012.
- LOBÃO, A.Q. Filogenia de Guatteria (Annonaceae) e revisão taxonômica das espécies da Floresta Atlântica. Tese de doutorado. Rio de Janeiro, RJ: Escola Nacional de Botânica Tropical, 2009.
- PEREIRA, I.M.; OLIVEIRA-FILHO, A.T.D.; BOTELHO, S.A.; CARVALHO, W.A.C.; FONTES, M.A.L.; SCHIAVINI, I. Composição florística do compartimento arbóreo de cinco remanescentes florestais do Maciço do Itatiaia, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Rodriguésia, v. 57, n. 1, p. 103-126, 2006.
- PEREIRA, I.M. Estudo da vegetação remanescente como subsídio à recomposição de áreas ciliares nas cabeceiras do Rio Grande, Minas Gerais. Lavras, MG: Universidade Federal de Lavras, 2006.
- CONSELHO ESTADUAL DE POLÍTICA AMBIENTAL, MINAS GERAIS. Deliberação COPAM n. 85, de 21 de outubro de 1997. Aprova a lista das espécies ameaçadas de extinção da flora do Estado de Minas Gerais, Diário Oficial do Estado de Minas Gerais, Diário do Executivo, Belo Horizonte, MG, 30 out. 1997, 1997.
CNCFlora. Guatteria pohliana in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora.
Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Guatteria pohliana
>. Acesso em .
Última edição por CNCFlora em 12/06/2012 - 19:23:22